5 de maio de 2012
 Um cappuccino quentinho, leitura que adoro, e vou longe...esqueci da vida na cafeteria hoje.

As Pontes de Madison não trata da morte, pelo menos não deste tipo, consideradas trágicas por serem decididas pelo destino. A morte das Pontes  de Madison é mais cruel: é a morte que nos auto-impomos para sobreviver num mundo onde as regras sociais são mais importantes do que nossos instintos naturais.
A história do filme para quem não sabe, é de uma mulher de meia-idade, casada e com dois filhos adolescentes, que conhece um homem e vive com ele um romance durante quatro dias enquanto sua familia esta fora da cidade.
Nestes quatro dias ela redescobre em si valores e sentimentos que haviam sido abafados por anos e anos de um casamento morno e rotineiro. Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.
Em um dos muitos diálogos entre Clint Eastwood e Mery Streep, protagonistas do filme, aparece uma frase que Woody Allen já havia usado em Crimes e pecados: "A gente é soma das nossas decisões".
Nada é mais verdadeiro: todos nós somos frutos de nossas escolhas, e muitas vezes nos tornamos vitima delas. Uma mulher que se casa aos 20 anos, abandonando a profissão e dedicando-se unicamente à família, não fez uma escolha errada. Naquele momento da sua vida, era o que ela queria para sí. Mas o tempo não pára. Esta mesma mulher cresce e vê seus antigos sonhos darem lugar a novos desejos.
Seria simples se fosse apenas uma questão de acumular atividades, realizações, vivências, mas geralmente é preciso abrir mão de uma coisa em função de outra, e é aí que é preciso escolher quem, entre todas as mulheres que somos, será sacrificada.
Ninguém é 100% maternal, ou 100% aventureira ou 100% executiva.
No entanto muitas pessoas, escolhem um único papel para exercer na vida, anulando todas as outras possibilidades. Fazem isso, porque não acreditam na sua capacidade de administrar muitos "eus" dentro de si, optando por dedicar-se a um só, como se ele pudesse resistir sozinho a tantos apelos externos.
Francesca, a personagem de Meryl Streep, era mãe de forno e fogão em tempo integral, até que encontrou um homem que conseguiu enxergá-la além do estereótipo, despertando nela outra Francesca que gostava de dançar, que sentia falta de lecionar, que desejava conhecer lugares exóticos. Cabe a ela,no final do filme, decidir qual Francesca que deve sobreviver: a dona-de-casa convencional ou a mulher que quer sair mundo afora em busca de si mesma
Todos os dias passamos por esta provação, mas se desde cedo nos acostumarmos com a presença de nossas outras personalidades, sem tentar mascará-las, as escolhas serão feitas com menos trauma.
Chama-se a isso, amadurecimento. Dói, por isso choramos.

30 comentários:

chica disse...

LIndo, verdadeiro e bem reflexivo esse texto!!Bela postagem! Ótimo domingo e semana!chica

Unknown disse...

Olá! Obrigada pela visita ao meu blog,fiquei muito satisfeita por ter gostado,também gostei imenso do seu.

Voltarei outras vezes:)

Patricia Merella disse...

"A gente é soma das nossas decisões"
(Woody Alle)
Adoro esta frase,agora fiquei com desejo de ver o filme,obrigada pela visita e um lindo domingo.
As viagens e as leituras nos transformam,amo,bjkas

Everson Russo disse...

Sempre bom assim, a gente parar pra refletir os sentimentos, as escolhas e os caminhos da vida...beijos de bom domingo e uma bela semana pra ti amiga.

Sueli disse...

Mary, muito oportuno o seu comentário sobre esse filme, maravilhoso, por sinal. Semana passada mesmo, uma amiga pegou para assistir e,antes de assistí-lo, quis saber minha opinião. Preferi que ela assistisse primeiro. Você falou tudo em seu post, sem contar o final. Também não vou contar, mas voltando-me para minha própria pessoa, digo-lhe que "hoje" não hesito em decidir pelo que meu coração deseja. Nunca mais colocarei outros valores, ou valores de outros, como preferir, na frente dos meus. Pena que não tenha aprendido isso antes, mas... é só mesmo a maturidade que tem nos dado coragem para certas decisões. Tomara que isso mude. Um abração!

Sotnas disse...

Olá Mary,desejo que tudo permaneça bem contigo!

É como diz a frase, são nossas escolhas.
Escolhemos um caminho, nem por isso vamos seguir este caminho até o final de nossas vidas, sem qualquer correção.

Fazer isto é o mesmo que seguir por uma rua deserta, em uma noite sem lua, num bairro desconhecido e que você ouviu dizer que alguém já foi assaltado. E ainda assim você segue sem nem olhar para os lados. Fazemos escolhas, e sempre é tempo de tentar melhorar!

Belo texto Mary, este filme também faz uma crítica a hipocrisia da sociedade que não importa a época, segue rotulando as pessoas que refaz suas escolhas!

Pois é somos vizinhos, e grato venho por cá desejar a você e todos ao redor um viver deveras intenso de felicidade, obrigado mesmo pelas visitas e comentários tão gentis, abraços e até mais!

Anónimo disse...

Oi querida Mary,

É isso mesmo.
Ser mulher amante, mulher trabalhadora e ser mulher mãe, é difícil de conjugar, sem dúvida.
Umas se anulam, em função de seus filhos, a maior parte, outras fazem aquele jogo de cintura, tão difícil e que só mesmo bailarina exígua, consegue.

Já vi esse filme várias vezes, e acho, sempre novidades nele, para além das impecáveis personagens representadas po Marly e Clint.

Mulheres choram, porque não sabem, que caminho escolher e qual o mais acertado.

Grata pela seu comentário em meu blog.
Bom Domingo e boa semana.
Beijos da Luz.

Brunessa J. disse...

amei seu blog
http://brunessajones.blogspot.com.br/

Anônimo disse...

Você terminou exatamente como eu ia me expressar, usando a palavra amadurecimento. Possuo comigo que quanto mais maduros (todas as pessoas) estivermos, melhor fazemos as nossas escolhas, com mais firmeza, convicção. Isso é ótimo, pois nos tira a possibilidade de sofrermos, até mesmo nos culpando. O que não tem nada a ver.

Boas leituras...

Beijos, bom domingo e obrigada pela visita...,

Tabuleiro Chic disse...

Muito legal seu post!!! Amamos!!! Beijinhos do TC.

Michele Pupo disse...

Olá Mary!

Vi que esteve em meu blog e vim conferir o seu. Gostei do que encontrei por aqui e voltarei outras vezes.

Um abraço
Bom domingo

She disse...

Mas essa combinação é mesmo perfeita para esquecermos da vida lá fora... rsrs Amoooooooooo ler tb!
Beijo, beijoooo
She

Edum@nes disse...

Lindas histórias vividas
Filmes que marcaram uma época
De muita felicidade e mágoas sofridas
Que o amor ninguém o perca!

Bom domingo
um abraço
Eduardo.

PAULO TAMBURRO. disse...

Olá MARY,

sou seu mais novo seguidor e realmente seu blog é excelente.

Um filme protoganizado por Clint Eastwood e a linda e talentosa Mery Streep,já começa melhor que a maioria dos filmes.

E quanto a sua postagem, MARY, tomo a liberdade para convidar você a ler minha última crônica num dos meus blogues o "HUMOR EM TEXTOS", com o título de "MUITO CUIDADO", e o diálogo entre uma ardilosa aranha e uma ingênua borboleta.

Parece até que combinamos, você comentar este filme e eu colocar aquele diálogo por lá.

Muita coincidência!

Um abração carioca, MARY.

Vera Lúcia disse...

Oi Mary,

Vi este belo filme.

Hoje em dia as pessoas estão mais dinâmicas e são capazes de administrar seus vários "eus" e vivenciá-los sem multa culpa. Mas
sempre haverá a necessidade de alguma renúncia. Basta que haja discernimento no momento das escolhas para elas recaiam sobre
os caminhos que mais atendam aos anseios de cada ser.

Ótimo texto e reflexão.

Beijo.

Anônimo disse...

Olá vim agradecer a visita e conhecer seu blog!
Vejo que vc é de Santos? MInha vizinha? Que legal!
Seus posts são bem reflexivos, bom para a gente parar um pouco e pensar um caminho.
Obrigada
Beijos carinhosos de Canela

Melo disse...

Muito interessante.
Um ótimo domingo.
Bjs

Anne Lieri disse...

Mary,que excelente cronica do livro vc fez!E choramos mesmo,pois ela abre mão de um lindo amor!Bjs e meu carinho!

Suelen Muniz disse...

Perfeito o post!!!!!
Em alguns momentos tentamos mascarar as nossas vontades e alguns dos nossos "eus",mas isso só nos afasta ainda mais de quem somos e de quem buscamos ser.
Uma semana bem linda pra vc,abraço,=)

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Oi Mary!
Amei seu texto, achei muito interessante essa sua reflexão.
Casamento não quer dizer que devemos abrir mão dos nossos ideais, das nossas particularidades, sempre com carinho e amor, contornando tudo da melhor forma, dá tudo certo!
Um beijo de ótimo dia!
Mariangela

O Neto do Herculano disse...

Na cafeteria,
no bistrô,
no bar...

às vezes não sentimos
o tempo passar.

Djalma CMF disse...

A vida é uma constante mudança de pensamentos e definições, mas para que isso de fato ocorra sem traumas, depende também de quem está ao nosso lado. Parabéns menina, bjos.

Everson Russo disse...

Uma excelente segunda feira pra ti minha amiga, muitas flores, paz e poesias...beijos e beijos.

Unknown disse...

É claro que os caminhos escolhidos por muitas mulheres se faz por impulso, casar cedo por uma paixão de adolescente é um impulso, daí se dá os desencontro e desgostos de casamentos feitos dessa maneira. Acho que temos que procurar pela felicidade mesmo que seja de uma forma que muitos condenam .
Vi o filme e achei muito legal, pois ninguém que ser deixado quase esquecido em relação a si e se sentir gente capaz de ser feliz.
Abraço

Janaína Pupo disse...

Linda semana pra você.
Beijos

Escritora de Artes disse...

Capuccino e Pontes de Madison, combinação perfeita!

Bjos

Sandra Gonçalves disse...

È maravilhoso este filme... mas somente agora no auge da maturidade é que estou conseguindo me ver de fora, e aprendendo a seguir meu coração e a viver de acordo com o que minha alma me diz. Assim vou crescendo. Bjos achocolatados

Felisberto T. Nagata disse...

Olá!Bom dia!
Tudo bem?
...a vida é isto...escolhas!
..e um capuccino com este filme, foi a melhor escolha pra refletir sobre a vida!...
Obrigado pelo carinho da visita!
Boa terça!
Beijos com carinho!

Socorro Melo disse...

Oi, Mary!

Já vi o filme, e recomendo, pois é interessante.
E não há como não nos identificarmos em algum momento, com a personagem, pois, é de fato uma viagem no universo feminino.
O amadurecimento nos garante sim, a oportunidade de fazer escolhas mais acertadas, em virtude da bagagem que já carregamos. E é imprescindível, como tudo na vida, que saibamos acima de tudo, reconhecer nosso valor e nos respeitar.

Beijos
Socorro Melo

Socorro Melo disse...

Oi, Mary!

Já vi o filme As Pontes de Madison, e gostei, é realmente um clássico.
Entendo que cada uma de nós, mulheres maduras, nos identificamos em algum ponto com a protagonista. Mas, é imprescíndível saber que a maturidade nos dá essa oportunidade de escolha, sem tanto sofrimento, em virtude das muitas vivências e do aprendizado.
Importa que reconheçamos o nosso valor, por nós mesmas, e que lutemos pelo que de fato pode nos realizar.

Beijos
Socorro Melo

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Gosto da beira do abismo, sento, e o vejo mais próximo, quando o sinto distante, corro para ele a passos largos, demonstrando assim minha insanidade muitas vezes. Se não o faço, sinto me morta por dentro, a espera da maneira que minha alma sobrevive, na pulsação mais forte que um coração possa suportar. Não sei viver se não for na intensidade da pele, no suor da vida. Não pertenço ao grupo dos que calam por tudo, não definitivamente não pertenço, sou o recomeço sempre, sou dor aguda, felicidade extrema, sou suor, lágrimas fáceis, sou mulher com alma. Angela Manzotti

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